Maria: da Aparição à Oração e à Contemplação

O Concílio do Vaticano II afirma que “Maria, pela sua participação íntima na história da Salvação, reúne por assim dizer e reflete em si as mais altas verdades de fé” (LG 65). E São João Paulo explicita: “Ela é como um espelho em que se refletem, da maneira mais profunda e luminosa, as maravilhas de Deus”.

Maria não é o centro do Cristianismo, mas; nos sinaliza que através da reflexão, meditamos a vida do Salvador e, assim sendo, somos levados à Redenção, ao Perdão e à Salvação; quando rezamos e contemplamos os Mistérios enunciados no Rosário.

Cristo é o único Salvador, em Maria encontramos o caminho e a missão para estarmos ao lado D’ELE, para Servir à Igreja e à humanidade. Maria, Mãe unida a Cristo por um elo indissolúvel sinal Misericordioso de Graças e bênçãos.
Em Maria, a contemplação do Amor e da Misericórdia de Deus por nós, reúne a beleza da maternidade e da discípularidade perfeita.

Nas aparições Marianas, mentes e emoções, abrem corações, em busca do segredo que se torna visível, diante de nossos olhos. Todo acontecimento é Deus em seu Amor Trino e infinito. Tudo vem d’ELE. Nas aparições há encantamento e sedução, onde brotam a fé, a esperança e a caridade.

Em Fátima os Pastorinhos assim se expressaram: “Gostei muito de ver o Anjo, mas gostei ainda mais de Nossa Senhora. Do que gostei mais foi de ver Nosso Senhor naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus!” Como nos disse o pequeno Francisco, no seu espírito contemplativo… enquanto Lúcia exclamava: “É esta graça de Deus que atua em nós, levando-nos onde Deus nos quer conduzir, e vamos contentes, como crianças abandonadas nos braços do Pai”.

Há um apelo constante na mensagem das aparições em Fátima: REZAR PELA PAZ DO MUNDO, BUSCANDO A CONVERSÃO… hoje a mensagem continua como uma súplica, para que reconheçamos a necessidade da humanidade de buscar a paz que vem de Deus. “Foi a dor dos filhos que fez gritar o coração da Mãe”, advertiu S. João Paulo II, em Fátima. Rezar pela paz é contemplar a história da humanidade, é buscar a Salvação e alegrar-se em Cristo, fazendo nova todas as coisas.

O Encontro

Ao levantar-se na primeira queda, Jesus encontra sua Mãe no caminho que o levava para a morte. Maria O fita com imensurável amor. Os olhos de um param nos olhos do outro. Cada um verte a sua dor, na dor do outro. A alma da Mãe mergulha na amargura do Filho. Ali, cumpria-se a profecia de Simeão de que uma espada transpassaria aquela alma. Ninguém reparou, somente o Filho prestou atenção. Na solidão da Paixão, a Mãe oferece ao Filho a essência da ternura e da fidelidade ao SIM dado ao Pai. Ali, no silêncio, a Mãe consola o Filho.

Penetrar no olhar dessa Mãe e desse Filho no caminho do Calvário é adentrar no cerne da dor maior. Não há dor semelhante. Ao olhar para sua Mãe, o Filho nada fala, mas a faz compreender a dor de sua alma e que se fazia necessário que ela se unisse também a essa grande dor. Ali, Maria nos ensinou a aceitar a vontade do PAI. O encontro nos alerta para calarmos nos sofrimentos, pois o silêncio se converte em força. A dor humilha e Deus edifica, apontando que a dor se faz necessária para que nos santifiquemos.

Quem se mantém ao lado dos que sofrem, conhece a angústia, mas também  o milagre da alegria que é o fruto do amor e do sofrimento aceito e ofertado.

Somente vivendo esse encontro doloroso, poderemos provar a doçura da CRUZ e abraçá-la na força do AMOR.

Diante da violência, guerras, agressões ao meio ambiente, corrupção e  tantas angústias, em consonância com a Quaresma, busquemos amparo na Virgem dolorosa, onde a fé e a confiança retratam a submissão à vontade de Deus.

É no Calvário que se mergulha no grande mistério da Paixão, onde Maria contempla o Filho levando a cruz, em busca de justiça, dignidade e pão.

Segundo o Papa Francisco, “O Caminho da cruz é o único que vence o pecado, o mal e a morte, porque desemboca na luz radiante da Ressurreição de Cristo, abrindo os horizontes da vida nova e plena. É o Caminho da esperança e do futuro. Quem o percorre com generosidade e fé, dá esperança e futuro à humanidade.”